quarta-feira, 12 de março de 2008

Caronte...


Caronte (em grego, Χάρων que se traduz por "o brilho") era uma figura mitológica do panteão grego que transportava os defuntos na sua barca através do rio Aqueronte até ao local que lhes estava destinado no Hades. Para os recém-defuntos poderem fazer uso deste serviço era costume ser colocado uma moeda (óbolo) sobre um dos olhos ou sob a língua para que assim pudessem pagar a viagem a Caronte e as suas almas não ficassem a vaguear perdidas nas margens do rio, ou seja, entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos. Representado e descrito como tendo a forma de um deus velho, porém forte e vigoroso, de olhos vivos e longa e espessa barba branca e de endumentária de cor sombria pois estaria manchada dos negros limos do rio infernal.
Segundo o mitólogo Thomas Bulfinch, ele “recebia no seu barco pessoas de todas as espécies, heróis magnânimos, jovens e virgens, tão numerosos quanto as folhas do outono ou os bandos de aves que voam para o sul quando se aproxima o inverno. Todos se aglomeravam a querer passar, ansiosos por chegarem à margem oposta, mas o severo barqueiro somente levava aqueles que escolhia, empurrando os restantes para trás.”
Para além do nosso evidente interesse mitológico, resolvemos pegar nesta "história" em particular pois, uma vez que na zona onde se encontra o cemitério velho de Faro passam algumas centenas de transeuntes, achámos que seria interessante chamar a atenção das pessoas para que estas se questionassem acerca do significado da obra e se procurassem informar.
Com tal em mente, as nossas metas são renovar o interesse por histórias milenares que recuam ao berço da civilização ocidental - a Grécia Antiga - e fazer uma ponte, tal como Caronte servia de ponte entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos, entre o passado e o presente do conhecimento folclórico.




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